sábado, 5 de março de 2011

Natureza humana - O nada absoluto no Zen em Eckhart e em Nietzsche

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O texto que será tomado aqui como ponto de partida é do século 12 e foi traduzido para o alemão por Der Ochs und sein Hirte. Eine altchinesische Zen-Geschichte (“O Boi e seu Pastor. Uma antiga história zen”).4 Este texto é ainda bastante usado no círculo zen japonês. Ele apresenta explicitamente o processo da auto-realização do homem, em dez estações. O texto trás para cada estação um prefácio curto, uma aquarela em moldura circular e um conciso esclarecimento de cada estação, em forma de poema. Cada desenho mostra por sua vez, de maneira clara, um determinado modo e dimensão da existência a caminho do verdadeiro si-mesmo. Diz-se: o boi e seu pastor, no qual o boi é símbolo temporário do si-mesmo que está sendo procurado, enquanto o pastor representa o homem que se esforça por atingir o verdadeiro si-mesmo. Deve-se inicialmente chamar a atenção para o fato de que, apesar do título “O Boi e o seu Pastor”, a figura do boi não aparece em todos os dez desenhos, mas somente em quatro. Essa relação é decisivamente importante para a compreensão zen-budista do si-mesmo e a esse ponto voltarei posteriormente.

O título da 1a estação é “À Procura do Boi”; a 2a se chama “O Encontrar das Pegadas do Boi”; a 3a “O Encontrar do Boi”; a 4a “A Captura do Boi”; a 5a “O Domar do boi”; a 6a “O Retorno para casa montado no dorso do Boi”. Deste modo a relação do pastor e do boi se torna sempre mais próxima e mais íntima até a 7a estação, onde o tornar-se-um é alcançado de tal forma que o homem não mais vê o boi como objeto de unificação. O si-mesmo, que deste modo e até então fora simbolizado pelo boi, se realiza nesse momento, e através dessa realização ele é suprimido como símbolo do si-mesmo. O título da 7a estação é “O Boi é esquecido e o Pastor continua”. No desenho relativo a esse capítulo o boi desapareceu e só o homem permanece existindo, de modo “calmo e sereno”, como seu próprio senhor entre o céu e a terra, como é dito no prefácio respectivo. O trecho da 1a até a 7a estação mostra, em um progressivo desenvolvimento, os momentos consecutivos dos ensinamentos budistas, do exercício da meditação, da disciplina rigorosa e intensa, da unificação na bem-aventurança, etc. Mas, ao atingir a 7a estação, o verdadeiro si-mesmo, como é compreendido no Zen-budismo, ainda não está realizado. A caminho do si mesmo, nós estamos sempre a caminho de, em um salto decisivo para irromper e atingir a estação 8a. Agora a característica do verdadeiro si-mesmo, na concepção zen-budista, aparece claramente com a 8a estação.

source▬☼◄Natureza humana - O nada absoluto no Zen em Eckhart e em Nietzsche►☼▬Ðate.

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